sexta-feira, 11 de março de 2011

"Tarde triste no Campo Pequeno"


A vida não é só alegrias... Há mesmo tempos de festa que podem acabar em tristeza e isso verifica-se quando menos se espera, quer no pacato dia a dia, quer, quando mais se espera, em grande parte das chamadas actividades radicais, igualmente na Festa Brava que, de certo modo, é uma delas. Desafiar a Morte querendo muito, porém, continuar-se vivo é, por certo, a mais antiga e profunda manifestação de afirmação de superioridade humana, bem se sabendo que, num momento, a glória de vencer pode transformar-se na glória de perder... do riso ao choro, da Vida à Morte, é ténue a fronteira, esse risco inscrito no mapa de cada um, que alguns gostam de pisar desafiando o Destino... Acontece perder! Acontece todos os dias mesmo aos mais discretos... Certo é que não se foge à lei da Vida e, por isso, a Dona Morte acaba sempre por vencer. Dessa desventura sofrida diariamente no palco da Vida, já tem o Campo Pequeno sido arena escolhida. A uma dessas desditas se refere a notícia da colhida de Fernando de Oliveira, em 1904, e igualmente o tema que Lenita Gentil interpreta e que sempre me recorda e provavelmente se referirá à colhida brutal e fatal do jovem Quim Zé (Joaquim José Correia) que, nesse dia, festejava o seu 21º aniversário e toureava no Campo Pequeno num festival a favor do Orfanato Escola Santa Isabel.
"Chora a saudade, meu coração"


(I.P.)

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